Num dia entre amigos o Marcel e o seu espírito de aventura lançou a ideia: "Quem quer vir subir o Fuji em Agosto?" E eu, naqueles dias que obviamente acordo com o cérebro do tamanho de uma ervilha disse: "Ora....porque não?" Hoje daria vários motivos, mas enfim...lá fomos nós. O Monte Fuji é a maior montanha Japonesa, com uma altura de 3,776 metros, e que durante o ano
recebe 200.000 visitantes (este mundo tem realmente problemas graves...).
recebe 200.000 visitantes (este mundo tem realmente problemas graves...).
Tenho de admitir que houve batota, mas como toda a gente, seguimos de Shinjuku (centro de Tóquio) num autocarro até à 5ª estação. O Monte está dividido por estações até ao topo, sendo a quinta a correspondente a metade do percurso. Assim, com uma luz no fundo do túnel lá começámos a nossa odisseia. Eu o Miguel, o Marcel e a Hanna e o Alfredo eramos pessoas sorridentes e felizes e assim teríamos continuado se a ignorância se tivesse mantido! ehehe. Munidos com os nossos paus de ajuda (que me desculpem os montanhistas mas não sei o nome do dito pau) fizemo-nos aos calhaus. Tenho de referir que estes paus são provavelmente o melhor negócio do comércio no Monte Fuji. Um pau custa 1000 yen (cerca de 7 euros), e no fim do percurso a malta manda os paus para onde calhar porque a última coisa que quer é levar aquele trambolho para casa depois de o carregar por infindáveis horas, e eu acho que depois há alguém responsável de recolher os paus abandonados e voltar a colocar os mesmos de volta na loja para venda. Sim porque todos os compram, todos os levam para cima e para baixo, mas ninguém os tem no fim. São realmente úteis estes paus, senão para ajudar tipo cajado, para escangalhar o solo e as pedras quando nos dá acessos de raiva quando percebemos que ainda só andámos 100 metros e demorámos 3 horas para o fazer.

E lá vou eu toda lançada, com um sorriso, cheia de vontade só pela ideia de estar a conquistar um monte e levar as cores de Portugal mais além (eu sei que não fui a primeira, mas sonhar não custa)

Sim....mas depois com as tonturas da falta do oxigénio pensei melhor e achei que as cores de Portugal não se iam importar de ser levadas por outro porque as cores para mim no momento eram mais as da garrafa de oxigénio.

As cores de Portugal e pelos vistos do resto do mundo também a avaliar pela quantidade de pessoas a subir ao mesmo tempo que nós fiquei mesmo quase convencida que os tais 200.000 visitantes combinaram todos de ir no mesmo dia.

Nesta fase da subida, há que pensar que realmente vale a pena todo este sacrifício...o pôr do sol aqui é realmente fantástico...

Depois de uma odisseia a subir com um amigo cheio de cãimbras que ficou pelo caminho (nós somos assim...amigos amigos negócios à parte...Ai tens cãimbras? Ai não consegues andar? azarito....) lá chegámos já de noite a uma coisa que se chama Hut. O Hut é um barraco no meio do nada que se auto intitulam "Albergues", e que te entram pela carteira dentro como se não houvesse amanhã para te oferecer nada mais nada menos que um lugar no chão para não dormires na companhia de amáveis pulgas. Ainda tivémos direito a esta refeição instantânea que soube melhor que lagosta e camarão. Depois de dormitar duas horitas, às 3 da manhã de volta a vestir o casaco, as luvas, o cachecol e o gorro que a caminhada até ao cume está à nossa espera.

Cá está ele...assimilando as energias do nascer do sol, preparando-se para a derradeira etapa desta luta...ele sim estava na boa e a subir o monte sem stress...

Depois de subir os últimos troços do percurso, de sentir-me um autêntico Frodo a carregar o Anel do Poder para as minas de Mordor, lutando contra tudo e contra todos (desculpa Miguel mas aqui parece que ficas com o papel do Sam....se não fosses tu a Mr. Froda não chegava la...)

O grupo no topo! Com a cratera principal atrás de nós!
Depois de tudo isto veio a parte que eu achava mais fácil, a descida. Aí os sorrisos acabaram de vez...Dizem que para baixo todos os santos ajudam, e eu digo que da próxima vez que tiver uma ideia como esta alguém me amarre... Ok ok! para muitos estou a exagerar, e eu agora que já recuperei os movimentos, e já quase esqueci as dores, percebo que realmente esta aventura serviu para eu me lembrar que a minha praia é mesmo ao nível do mar.
Moral da história:
"Aquele que sobe o Monte Fuji uma vez é um sábio, aquele que o sobe duas é um tolo."
"Tho one who climbs Mount Fuji once is a wise man, the one who climbs it twice is a fool."
Moral da história:
"Aquele que sobe o Monte Fuji uma vez é um sábio, aquele que o sobe duas é um tolo."
"Tho one who climbs Mount Fuji once is a wise man, the one who climbs it twice is a fool."
7 comments:
Adorei, tudo, tudo, tudo. A ideia de re-vender os sticks(aqueles "paus" chamam-se baton, stick ou bastão, lol)é de facto boa... lembra-me em Fátima, tu compras uma vela, a cera derretida verte para um reservatorio e serve para fazer novas velas que outro tótó vai comprar.
Perguntava-me o Filipe... o monte Fuji é sagrado para os nipons?
Parabéns primuxa, és o nosso orgulho!!
bjs,
Susana
Aninha, as fotos estão divinas!!! Caramba, amei aquela foto de miguel de costas (só a sombra) e as cores do amanhecer...Lindo demais, tá de parabéns! Bjos, Bruna
Ps. - Fiquei com vontade de ir ao Fuji! hahaha!
Realmente até parece pertinho, mas o problema é que se vai dar uma "ganda volta",nunca mais acaba!!!
bjs
ps: pró ano estamos lá outra vez batidos!!!
I am in the photos, yeah!, the Moral da história is nothing but real, haha!
Thank you very much for your support in the journey! =)
As fotos são muito bonitas! A vista é deslumbrante... Deu-me vontade de fazer essa peregrinação :p
Beijos
np
Xiiii!!
Bandeirinha de Portugal (com castelinhos chineses) no Japão?!
Foi uma pena não vos ter encontrado lá!!
jajaja i love what you wrote about the moral of the story. and maybe that's why I haven't climbed it yet. my friends said, be prepared to throw away your shoes after the climb. I have yet to find a shoes I am ready to part ways with. :)
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