Olá! Estou de volta

A quase três meses do malogrado terramoto, volto a escrever. Desde esse dia muito se passou. Em resumo: Terramotos grandes, terramotos pequenos, acidente nuclear, água das torneiras impróprias para consumo, corrida à agua nos supermercados, mais terramotos, comboios atrasados, mais terramotos, experiências no laboratório estragadas que tiveram de ser recomeçadas, trabalho que ficou parado que não se podia fazer com terramotos de 5 em 5 minutos, recomeçar as experiências pouco a pouco, escrever a tese de doutoramento, prepara a defesa da tese, mais terramotos, viagem à Tailândia e ao Cambodja para aliviar o espirito (que muy agradeço aos pais do Miguel), escrever a tese, preparar defesa, crise de nervos, escrever a tese, preparar defesa, segunda crise de nervos, escrever a tese, preparar defesa....até que ontem....entreguei a tese e defendi o que havia para ser defendido. Assim hoje estou de folga. Segunda feira volto à carga mas muito mais leve. Confesso que não foram os 3 meses mais fáceis da minha vida. Sustos como este não se apanham todos os dias, e acontecimentos destes na carreira também não se têm todos os dias. Por isso...chegou a hora de agradecer. Agradecer a todos vocês familia e amigos que se preocuparam conosco aqui neste lado do mundo, e que nos mandaram mensagens de apoio durante os passados meses. Foram mesmo muito importantes para nós. E agradecer especialmente aos meus paizinhos queridos, que mesmo à distância que estamos deram colo quando eu precisava :) É tão bom o colo dos pais.

Agora segue-se um mês de experiências intensivo e outro mês para formalizar a dissertação do doutoramento e se tudo correr bem, no fim de Agosto defenderei publicamente a minha tese. Assim estou a 25% de me tornar Xô Doutora Ana :)

Ahh...e para quem se pergunta como estão as coisas aqui quase três meses depois do terramoto, infelizmente ainda há muito a fazer. Ainda há milhares de desalojados a viverem em condições abaixo do mínimo. As doações que foram e ainda são feitas não mais de 30% chega às mãos de quem precisa, não porque há alguém a desviar ou algo assim, mas sim porque as autoridades locais que devem distribuir o dinheiro simplesmente perderam a maioria do staff no tsunami e os que sobreviveram não dão conta do recado. A situação nuclear está longe de estar resolvida....